A Paróquia e o Novo Pároco

Com a notícia da transferência do Reverendíssimo Senhor Cônego Luiz Carlos Cesar Ferreira Carneiro, para a Paróquia de São Sebastião m Barbacena, toda a população católica de Ouro Preto, e, de modo especial, os piedosos paroquianos de Nossa Senhora da Conceição, entramos em clima de oração, pedindo ao Divino Paráclito que iluminasse o nosso querido Arcebispo, na difícil tarefa da escolha do novo Pároco.

Deus ouviu a nossa prece e o nosso querido Arcebispo Dom Airton José dos Santos, nos presenteou, com a nomeação deste grande Sacerdote, santo e sábio, que é o Reverendíssimo Senhor Padre Edmar José da Silva, que traz, em sua bagagem, uma grande experiência pastoral. Deus Seja Louvado! Obrigado, Dom Airton, por tão valioso presente.

Peçamos, agora, a Nossa Senhora da Conceição, que alcance do Seu divino Filho Jesus, o Sumo e Eterno Sacerdote, para o Novo Pároco que chega, a graça da coragem e da caridade. Coragem, no anúncio da verdade e na denúncia dos erros. Caridade, na maneira de corrigir, intercedendo por aqueles que erram, como Cristo, que, na Cruz, intercedeu por seus algozes, dizendo: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem. ”

A presença constante de um Sacerdote santo e sábio, à frente da Comunidade Paroquial, é reflexo da Bondade e da Sabedoria de Deus. É a resposta de Deus, as preces confiantes do seu povo.

Realmente, o Sacerdote é um outro Cristo, o próprio Cristo, entre os homens. Sacerdos alter Christus. O povo de fé, assim o vê, quando o recebe, como aquele que vem, em nome do Senhor.

É a redescoberta que fazem os nossos fiéis, da verdadeira significação do sacerdócio, na figura do seu Pároco, quando ele, obedecendo ao apelo do Mestre, preside o Santo sacrifício Eucarístico e repete aquelas mesmas palavras de Cristo, na última Ceia, memorial de Sua Paixão: “Isto é o Meu Corpo que será entregue por vós. ” Este é o cálice do Meu Sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que sera derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados. ” E Cristo se torna, ali, verdadeiramente, presente, sobre o altar, nas espécies de pão e vinho consagrados.

É através do Sacerdote que o Senhor nos dá sempre deste Pão, realizando, assim, aquela promessa: “ Quem vem a Mim, não tem mais fome e quem crê em Mim, não terá mais sede” (Jô 6,35). Com efeito é missão do Sacerdote matar a sede e a fome do povo de Deus.

Aquela redescoberta do significado do Sacerdócio se repete, quando o Pároco celebra um Batizado, na Paróquia, transfigurado em Sacerdote de Cristo, revestido das vestes reais do paramento litúrgico, mas, com a humildade de um servo, estende a mão sobre o batizado e derrama água, em sua cabeça, dizendo: “ Eu te batizo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. ” E aquela criança ou adulto, batizado, passa a ser participante da vida divina e se torna membro vivo do corpo místico de Cristo que é a Igreja.

Os fiéis redescobrem o verdadeiro Significado do Sacerdócio, quando o zeloso Pároco, atende Confissão, em nome de Cristo, pronuncia as palavras do perdão sacramental: “Eu te absolvo de todos os teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. “E o pecador sai, dali reconfortado e fortalecido, pela graça sacramental.

Com efeito, no exercício dos poderes que nos conferiu, Jesus nos identifica de tal modo com Ele, que a nossa personalidade, como que desaparece, diante da Sua, já que é Ele quem age, por meio de nós. Pelo Sacramento da Ordem, o Sacerdote se torna efetivamente, Idôneo a emprestar a Jesus a voz, as mãos e todo o seu se. Com efeito, é Jesus quem, na santa Missa, com as palavras da consagração, pronunciadas pelo Sacerdote celebrante, musa a substância do pão e do vinho, na do Seu Corpo e do Seu Sangue.

É Cristo quem fala, quando o Sacerdote anuncia a Palavra de Deus. É o próprio Jesus quem, no Sacramento da Penitência, pronuncia aquela fórmula da absolvição. É o próprio Cristo quem cuida dos enfermos, das crianças, dos que caíram, quando os envolve com o amor e a solicitude pastoral do Pároco.

O Santo Padre o Papa Bento XVI, assim se expressou: “ O mistério do Sacerdócio da Igreja, encontra-se no fato de que nós, pobres seres humanos, em virtude do Sacramento, podemos falar com seu Eu: “In persona Christi. ” Quando as nossas mãos foram ungidas com o santo óleo, sinal do Espírito Santo, elas foram destinadas a servir ao Senhor, no mundo de hoje, como se fossem as próprias mãos de Cristo. E por isto, elas não podem mais servir ao egoísmo, mas devem transmitir ao mundo o testemunho do Seu amor.

Somos, na verdade, um outro Cristo, não apenas, na consagrada expressão: “Sacerdos alter Christus”, mas, na realidade sacramental de cada dia.

Rezemos, para todo Sacerdote assuma, de fato, essa sua identidade e volte sempre às suas raízes, para fazer transparecer o rosto de Jesus, em seu semblante. Rezemos para que a vida espiritual do Sacerdote esteja dirigida, toda ela, no sentido de conseguir estampar, na tela de sua existência, o perfil, extraordinariamente, atrativo do Filho de Maria.

Pode ser que alguém possa comentar, a respeito do seu Pároco ele é um grande pregador; um Padre inteligente, atualizado, bom administrador, extremamente competente, simpático, amigo de todos …. Isso, naturalmente, há de nos agradar muito.

Mas não devia alegram-nos tanto quanto se dissessem, simplesmente: este Padre parece Nosso Senhor! Ele é, verdadeiramente, um outro Cristo, o Cristo, no meio de nós.

A tomada de consciência íntima de ser um outro Cristo, deveria comunicar so Sacerdote uma alegria inigualável; a alegria de identificar-se com Cristo.

E então, como Maria, no Magnificat, o sacerdote poderá também dizer: A minha alma exulta alegria, em Deus que me escolheu, para ser seu Sacerdote, o “Alter Christus. ”

Ao ensejo da Posse Canônica do Padre Edmar, á frente desta Paróquia, entoemos um hino de louvor a Deus, por não deixar a presença santificante e atuante do seu Sacerdote, à frente da Comunidade Paroquial.

Dom Francisco Barroso Filho