Ouro Preto nasce no final do século XVII, com a vinda de aventureiros paulistas (bandeirantes) e portugueses atrás de riquezas. Segundo a lenda, um mulato ao tentar matar sua sede as margens do rio Tripuí, encontra pedras negras e resolve guarda-las. De volta a Taubaté, São Paulo, lugar onde partiu sua bandeira, a pedra chega as mãos do governador da cidade do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Menezes, que após uma avaliação descobriu que se tratava de ouro puro, encoberto por uma camada fina de óxido de ferro, dando se o nome a esta camada escura de Ouro Preto.
Assim começa a busca pelos metais preciosos, diversas expedições partem para o local, tendo como referencia para as bandeiras uma formação rochosa chamada pelos índios de Pico do Itacolomi.
A partir de então foi se formando o arraial e com o passar do tempo foi atraindo exploradores de diversas partes do país em busca do eldorado. Em menos de trinta anos o arraial se transformou no maior aglomerado da América Latina. Em 1708 a 1709, dá-se o conflito emboaba, luta pela conquista de terras entre paulistas,os primeiros a chegarem na região que se revoltam contra os portugueses, pernambucanos e baianos. A rivalidade entre os dois grupos e a preponderância administrativa dos paulistas, que fazem a distribuição de veios de ouro, culmina na Guerra dos Emboabas. Liderados pelo comerciante português Manuel Nunes Viana, os forasteiros saem vitoriosos, tornando mais democrática a aventura do ouro. A região passou a ser controlada pela Coroa portuguesa. Assim, foram estabelecidas normas que passaram a regulamentar a repartição de lavras entre paulistas e estrangeiros, além da cobrança do quinto, um imposto sobre todas as riquezas geradas pelo ouro. Estes arraias prosperam e crescem, o que leva o governador da capitania Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho a criar, em 1711, Vila Rica.
Diferentemente do resto do pais, Ouro Preto reuniu uma população móvel, com comerciantes, artistas, intelectuais, funcionários públicos, entre outros, dando um aspecto mais urbano. Ouro Preto torna-se campo fértil para as diversas manifestações artísticas e intelectuais, pois as irmandades religiosas e organizações leigas, disputam entre si o poderio social e os mais belos templos, para demonstrarem seu valor. A inconfidência mineira, entre 1788 e 1789, conspiração articulada por diversos ramos da sociedade, retrata o singularismo de Vila Rica. Influenciados pelas idéias iluministas da França e pela independência dos Estados Unidos, os inconfidentes de Ouro Preto sonharam uma República na América portuguesa e começaram a preparar a revolução. A denúncia de alguns companheiros fez com que as principais lideranças fossem presas. O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, como era conhecido por ser dentista prático, foi enforcado, no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792, enquanto 12 prisioneiros eram deportados para a África…
Com a Independência, recebe o nome de Ouro Preto e torna-se a capital de Minas até 1897. É instituída Patrimônio da Memória Nacional a partir de 1933 e tombada pelo IPHAN em 1938. Em 1980 é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO.
A cidade de Ouro Preto reúne um dos conjuntos mais homogêneos e completos de arte barroca do mundo. Recentemente, através do projeto Monumenta, o BID tenta manter essa condição, restaurando os monumentos históricos.